segunda-feira, 2 de setembro de 2013

O QUE NA VERDADE SOMOS

Que todos somos seres desejantes, isso todo mundo sabe. Que somos construtos de nós mesmos, formados por nossos anseios que em caráter peculiar recebem status de sonho, todo mundo deduz. Que temos em forma de caminho o tempo, dosado em ciclos, levando-nos a rumo incerto, a sombra daquilo que almejamos, em uma eterna dialética entre o que é real e o que acreditamos ser. Viver é isso, é atribuir significados e valores ao que antes parecia informe. Construir nossa história é um desafio que tem seu start desde os tempos onde estávamos ainda capsulados pela esperança de existir. O que somos na verdade não é constituinte. Estrutural é o que queremos. Para onde direcionamos nosso impulso, nossa vontade, nosso desejo. Dai eu pergunto: O que queremos na verdade? Ou qual a verdade do querer? Existe um padrão? Uma regra que redimensiona os homens e permite a eles distinguirem-se? Já dá pra notar que o tema suscita muitas perguntas e admoesta poucas respostas! Pois é, e nisso consiste o grande mistério de existir. Caminhar pelo tempo, nas sombras de nossos anseios; sabedores que nosso sonho é na verdade um impulso travestido de valores peculiares adquiridos na vivência. Se somos investidos de identidade antes de sermos verdade. Então nossa verdade não é uma verdade absoluta, é relativa. Não só nossa, é emprestada, embutida. Então o que somos? A vã aparência refletida no espelho é uma retórica a tempos destituída de conteúdo. Dai se não somos sonho, não somos a imagem que refletimos, não somos nem o que desejamos. O que somos? Duro entrave filosófico. Eu tenho uma aposta... Somos vontade, querência... Algo que antecede o desejo. Somos o que o famigerado Freud destaca: Pulsão! Nisso consiste a ideia de evolução. Não Darwiana, quiçá psíquica... Somos a evolução da vontade... Somos só o querer!

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